sábado, 30 de maio de 2009

pomapomarola | Achado Samba-rock














Dizzy Gillespie (expoente da vertente Jazz chamada bebop, caracterizado por seus instrumentistas virtuosos) desembarcou no Brasil no anos 70. Motivo: gravar um disco com músicos brasileiros. Dizzy era extremamente aberto a novas idéias de música e sempre que visitava um país procurava conhecer as influências étnicas presentes na música desse lugar. Depos de algumas vindas ao Brasil, ele resolveu tornar isso concreto e veio para fazê-lo. Com o auge do samba-rock em 74, o grupo brasileiro que participou da gravação foi o Trio Mocotó. Foram gravadas 8 horas de composições de DIzzy e jam sessions dos músicos envolvidos.A gravação acabou, Dizzy foi embora e levou as masters da gravação para lançar em 75 pela gravadora do cara. Apesar de continuar se envolvendo com música brasileira, inclusive bossa nova, o disco nunca foi lançado e a tal master foi esquecida. Até que recentemente um produtor na gringa encontrou a master e pretende lançar o material. Segundo relatos, a fusão do bebop com samba-rock encontrada nessa gravação é sensacional e inusitado. Resta esperar pra conferir o resultado da mistura dos gênios envolvidos no disco.

domingo, 10 de maio de 2009

pomapomarola | Quando fazer igual é melhor do que inovar

Já imaginou se ao invés de servirem de influência, os filmes de Stanley Kubrick, Orson Welles, Alfred Hitchcock, Glauber Rocha, Federico Fellini e Woody Allen fossem apenas uma fonte a ser sugada na totalidade? Ao invés de mesclas dos grandes diretores com com a originalidade dos novos, haveria cartazes e mais cartazes de remakes nos cinemas espalhados pelo mundo. Nesse exato instante, existiriam várias pessoas refilmando, exatamente nos mesmos moldes, 2001 ou Cidadão Kane. Seria legal, né?
Suponho que qualquer um que tenha lido isso tenha respondido "não". Tá bom que um remake de um filmaço é melhor que muita porcaria por aí. Mas desse modo não haveria o risco de acertar, seria apenas todo mundo tentando o alvo que alguém já foi lá e fez o que tinha que fazer. Mas estamos isentos desse mundo de cópias ambulantes rodando por aí, pelo menos no cinema. Já na música...
Eu não sei como é nas outras cidades, mas em Fortaleza o que tem de gente ganhando a vida com o sucesso alheio não tá no gibi (só pra usar uma giria antiga hehe). E o pior, o povo dá mais valor a quem copia do que a quem cria. Faz uns bons 20 dias, teve show dos Móveis Coloniais de Acaju por aqui (vendeu "muito bem" segundo a mulher da loja que tava vendendo os ingressos e que estava espantada com a popularidade da banda) e eu estive presente. O bar onde o show aconteceu é um dos principais locais pra ver shows cover. O local tava realmente cheio, com muitos fãs e os perdidos que procuravam a balada cover do fim de semana e cairam lá ao acaso.
Já na última sexta eu voltei ao tal bar, dessa vez pra ver um cover. Tenho por filosofia ignorar bandas cover, a não ser das bandas que é meio impossível de ver de verdade ao vivo e covers de bandas óbvias, tipo Beatles ou Legião. A banda fazia cover de Arctic Monkeys. Cover bom. Instrumental e voz muito parecidas com o original. Mas eram apenas cópias. No entanto, o show lotado dos Móveis parecia um lugar com pouca gente perto do que tinha de gente gritando alucinadamente no show de sexta passada. Como alguém se empolga de tirar fotos e gravar vídeos de uma reca de desconhecidos apenas por estarem cantando músicas que você conhece? Estranho, muito estranho. Pra não dizer bizarro mesmo. Pior do que isso, só o vocalista agradecendo com "thank you" a cada fim de música -acho que era parte do personagem.
E não percam próxima sexta Mettalica e, nos cinemas, "Splash-uma sereia em minha vida" versão tupiniquim com Dan Stulbach no papel principal e Carla Perez no papel da mulher com rabo.