terça-feira, 29 de setembro de 2009

pomapomarola | Lollapalooza no Brasil


É o que diz o vocalista da banda Jane's Addiction, Perry Farrell, que é também o organizador do Festival. Criado em 1991, o Lollpalooza é um megafestival que ocorre nos EUA com apresentações de diversas bandas e performances de dança e comédia. Ocorreu até 1997, quando deu-se um hiato e o festival voltou a ocorrer em 2003.
Perry disse à Folha de São Paulo "Vou levar o Lollapalooza ao Brasil. Já estou em negociações com algumas pessoas daí, por isso não posso falar muito agora. Mas será parecido com o que fazemos nos EUA, com muitas bandas de rock e DJs de eletrônica".
Enquanto as negociações não terminam, Perry se concentra em trazer sua banda para o primeiro show no Brasil, dentro do Maquinaria Festival, que ocorrerá nos dias 7 e 8 de novembro, em São Paulo. Agora é torcer e esperar.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

pomapomarola | Sexta de discos / Belchior "Alucinação" 1976

Como todos sabem (gosto de imaginar que alguém lê esse blog, por isso trato os leitores no plural hehe) sexta-feira é dia de comentar sobre algum disco antigo que após passar por uma criteriosa seleção é considerado clássico: meu gosto pessoal. Se eu gostar, eu considero clássico e vou postar aqui. Azar o de quem não gostar hehehe. E na verdade nem tinha como ninguém saber disso, já que acabei de decidir hehe. Bem, mas vamos à obra em questão (apesar da engenharia me perseguir, a obra em questão aqui é de outro tipo =] )



















Pra começar, um cearense que deu o que falar recentemente quando deu uma sumida e, sei lá, quem sabe colaborar singelamente para que ele saia do esquecimento, o grande Belchior. Por um bom tempo achei que esse fosse o primeiro disco do Belch, mas descobri que Alucinação (1976) é na verdade o segundo (o primeirão foi A palo seco de 1974). Alucinação é daqueles discos com um punhado de sucessos. Logo de cara vem provavelmente a música que mais remete ao cantor/compositor: "Apenas um Rapaz Latino Americano". Um rapaz que mesmo sem parentes importantes, vindo do interior nos põe a pensar em como tudo é divino e maravilhoso. Esse é Belchior, afinal, "no presente a mente, o corpo é diferente e o passado é uma roupa que não nos serve mais", já diria em "Velha roupa colorida", aqui uma balada folk, bem diferente da versão posterior de Elis Regina (praticamente um rockbilly). Outra que fez Elis se render ao talento do cearense também está nesse disco. "Como nossos pais" é daquelas músicas que chegam arrebentando a porta da frente com um chute violento e dão um tapa na cara de toda a nossa juventude que apesar de tudo "ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais". E o disco segue. Ainda temos "Sujeito de Sorte". A letra curta e direta tem um tom leve e positivo, já que Deus é brasileiro e anda do meu lado. E vem "Como o diabo gosta" fechando o lado A sem nunca fazer nada que o mestre mandar.

(pausa pra virar o disco)...

"Eu não estou interessado em nenhuma teoria, em nenhuma fantasia, nem no algo mais". São os versos iniciais da bela faixa-título. Viver a realidade encarando o dia-a-dia como se fosse tudo uma alucinação, pois Belchior está mais interessado em "amar e mudar as coisas"."Não leve flores" dá um up no ritmo do disco. Uma levada super pra cima, impossível não gostar. "A palo seco" também está presente aqui, o que provavelmente causou minha confusão com o primeiro disco do Belch. A música deu uma revitalizada na carreira do bigodudo depois que o Los Hermanos incluiu ela em seu repertório, tendo ocorrido uma inusitada apresentação no programa Altas Horas da banda com o compositor cearense cantando essa música. Num tom mais triste e melancólico do que na versão posterior dos hermanos, Belchior embala a canção cantando com sua voz característica os belos versos escritos por ele, que parecem se referir ao seu recente (e curto) sumiço "se você vier me perguntar por onde andei no tempo em que você sonhava...". O disco segue com "Fotografia 3x4" e finaliza este belo registro com "Antes do fim".
É triste, mas artistas como Belchior serem esquecidos vem se tornando uma coisa comum. E nem tanto por culpa do público. Os próprios artistas parecem não conseguir acompanhar a evolução dos tempos ou esquecem-se de onde tiravam a inspiração para criar belas canções, restando de relevante apenas os registros de sua época áurea, o que mesmo assim, deveria ser suficiente para mantê-los no seu lugar de direito, junto de seu público.

Belchior - Alucinação (1976)
Tracklist:
01 Apenas um rapaz latino americano
02 Velha roupa colorida
03 Como nossos pais
04 Sujeito de sorte
05 Como o diabo gosta
06 Alucinação
07 Não leve flores
08 A palo seco
09 Fotografia 3x4
10 Antes do fim

Link: Belchior - Alucinação (1976)

domingo, 20 de setembro de 2009

pomapomarola | Invasão Sueca - 19set


Uma festa diferente. Estranha e com gente esquisita. O ambiente tava bem diferente do costume lá na Órbita para receber a fase cearense da turnê Invasão Sueca. No lugar das habituais sinucas em frente ao bar, havia um bazar. Camisetas, acessórios e tudo quanto é badulaque à venda por lá. Ao invés do povinho baladeiro, um povo estranho, com um visual cuidadosamente, calculadamente casual.
Mas o bom mesmo eram as bandas. Britta Persson e sua banda com uma formação cada vez mais comum hoje em dia (um duo de guitarra e bateria/efeitos) abriram a noite. Não conhecia as músicas suficientemente bem pra saber de quais discos eram, mas os dois conseguiram manter o público satisfeito com o que se ouvia. Um pouco parado, pelo tipo de música mais tranquila, mas bom. Em algum momento me afastei pra ir ao bar e fiquei apenas vendo de longe até o fim do show. Parêntese: a primeira música depois da última do show saiu do ótimo disco Uhuuu! do Cidadão Instigado. Ponto pro DJ. Fecha parêntese.
Pouco tempo de intervalo e sobem ao palco as cinco suecas. Estranhas e com cara de loucas, as meninas mandaram um set recheado de boas músicas tiradas do In Our Space Hero Suits, disco de estreia das moças, de 2008. A surpresa ficou por conta da versão menos afetada de "Toxic", que caiu bem na voz mais grave e suave da sempre assanhada Linnea Jönsson. A fofinha Cissi Efraimsson sentava a mão sem pena na bateria, enquanto o restante da banda (Lisa Pyk-teclados; Rebecka Rolfart-guitarra; Mimmi Evrell-baixo) mantinham a festa agitada.
Bom show, diferente do que eu já vi em Fortaleza. Poderia rolar esse tipo de coisa mais vezes. A seguir tem o link pro disco do Those Dancig Days. Recomendado.

link: Those Dancing Days - In Our Space Hero Suits

Fotos: Patrícia Furtado, a gêmea